Entrevista com Petra Leão no Serra Comics

Confira o que a roteirista da Turma da Mônica Jovem conversou conosco

Petra Leão
No dia 30 de agosto, houve o Serra Comics em Teresópolis e o Mania de Gibi pôde fazer uma entrevista exclusiva com Petra Leão, roteirista da Turma da Mônica Jovem.

Iniciou sua carreira no mercado editorial em 2000 criando roteiros do personagem Capitão Ninja para os três números da Revista Dragão Games. Ainda na editora Talismã escreveu três edições especiais do universo de Holy Avenger; dos personagens Sandro e Niele em parceria com Fran Briggs, e o da personagem Petra Tpish. Também em parceria com Fran Briggs escreveu Dado Selvagem, mini-série interrompida com a mudança de direção da Revista Dragão Brasil.
Publicou nos EUA a continuação da mini-série Victory, tornando-se a primeira roteirista feminina brasileira a publicar quadrinhos nos Estados Unidos.
A parceria com Fran Briggs continuou no 1º número da minissérie Mercenário$, que também não teve continuidade com a mudança de direção da editora quando Marcelo Cassaro (com quem hoje faz parceria na revista Turma da Mônica Jovem), Rogério Saladino e J.M. Trevisan pediram demissão da editora.
Em 2004 participou do fanzine Orbital, em parceria com Elza Keiko, hoje editora da linha da mangás da Panini, e João Cláudio “Jet” Fidelis ex-colaborador da revista Anime EX. Ministrou aulas de roteiro de quadrinhos na escola Animangá e deu palestras relacionadas a roteiro em São Paulo, Brasília e Londrina. Em 2005 colaborou com matérias e histórias em quadrinhos para a revista especial do Anime Friends, distribuída no evento daquele ano.
Após um hiato de alguns anos trabalhando com revistas informativas e em outras áreas, em 2008 volta a trabalhar com quadrinhos fazendo roteiro para a revista Turma da Mônica Jovem. A partir do nº 9, se fixou como roteirista oficial.

Mauricio de Sousa estava procurando uma mulher que tivesse experiência com roteiros de mangás (antigamente, os roteiristas só eram homens).
Ele queria um lado feminino na TMJ, Petra assumiu o cargo e se firmou como roteirista oficial desde a edição de nº 9, e até o tempo atual, ela roteiriza as aventura e histórias de namoro da turma. Criou os personagens: Professores Átila e Paula, Amanda, Bianca, etc… e repaginou o Toni, em sua versão Jovem.

petra-monica

Em 2012, assinou a edição da Turma da Mônica Jovem que faz crossover com Safiri, Kimba e Astroboy, personagens de Osamu Tezuka, o famoso criador dos mangás. É o primeiro e único caso de personagens dos mangás de Tezuka se encontrando com personagens de outro autor, ocasião que foi muito anunciada tanto no Brasil quanto no Japão.

Petra fez parte da geração pioneira de cosplayers brasileiros, hobby que iniciou antes de se tornar roteirista profissional. Em parceria com Alessandra Fernandes, participa de todas as edições brasileiras do World Cosplay Summit, desde 2006 (até então, a única dupla a participar de todas as edições nacionais do evento e com a mesma formação). Soma mais de trinta cosplays apresentados em diversos eventos.
Ela também trabalha em outras posições artíticas, na área de cosplay. Soma mais de trinta cosplays apresentados em diversos eventos.
Petra Leão fez o roteiro da história do retorno da vilã Cabeleira Negra, na saga das edições 65 e 66, em uma aventura cósmicas.

Cronologia:

* 1997: – vence o segundo lugar do primeiro evento de anime brasileiro aberto ao público, o Mangácon II;
* 1999 a 2002: – apresenta o concurso de cosplay do Animecon;
* 2004: – vence o Anime Friends em 1º lugar na categoria feminina com cosplay de Maria Antonieta, do anime Rosa de Versalhes;
– vence em 1º lugar o Circuito Cosplay, competição promovida pela Yamato Produções e Eventos;
– Participa da fundação do site Cosplay World;
* 2006 a 2009: – participa de todas as edições do World Cosplay Summit, formando dupla com Alessandra Fernandes;
* 2007: – Participa da fundação do site Cosplayers.Net, do qual pede afastamento temporário no ano seguinte para poder participar de competições de cosplay sem comprometer a neutralidade do site;
* 2008: – juntamente com Alessandra Fernandes dá início ao grupo de teatro Cosplay Em Cena, que fez sua estréia no Anime Dreams 2008 com a peça de One Piece
– Apresenta com o grupo de teatro uma esquete baseada na paródia de Harry Potter, Potter Puppet Pals no Anime Friends;
* 2009: – No Anime Dreams, juntamente com o Cosplay em Cena apresenta o teatro cosplay de Cowboy Bebop

Entrevista

Mania de Gibi (MDG): O projeto da Turma da Mônica Jovem já está nas bancas a bastante tempo. Você considera que essa revista foi e ainda é um sucesso?
Petra Leão (PL): Com certeza. Não tem nem o que discutir. Fico muito feliz, pois quando começou, eu vi muita gente em blogs de quadrinhos falando: “Isso aí é um caça-níquel. Vai durar 1 ano ou 2 e vai acabar”. Olha aí. Está há 6 anos e batendo recorde de venda. As vezes vende mais que gibis americanos.

Entrevista Petra Leão

MDG: Você também faz o Chico Bento moço?
PL: Estou fazendo o Chico Bento moço também. No começo não era Eu, só fiz 2 versões no início. Depois ficou com o Flávio Teixeira, que também foi quem começou com a Turma da Mônica Jovem, mas desde a edição 9 eu fui pegando pra fazer.

MDG: Para você, porque a TMJ agradou tanto aos leitores? Qual foi a fórmula mágica para o sucesso?
PL: Acho que não existe fórmula né, mas eu acho que juntou alguns fatores, e um deles é que todo mundo cresceu com a Turma da Mônica e todos a conhecem e tem curiosidade de saber como ia ser quando eles crescessem. Mesmo assim, quando lançou a TMJ, muita gente reclamou alegando que havíamos matado a infância de muitas pessoas. Mas gente, a Turma da Mônica não acabou. O gibi dos pequenos continua e não vai afetar em nada. Se você quer ignorar a TMJ, você ignora, mas pra quem tem curiosidade, é uma coisa bastante interessante.
Outro fator foi por ser mangá, que é mais voltado para o público jovem, pois o Maurício percebeu que o pessoal crescia e deixava a Turma da Mônica de lado para ler mangá. Então se os jovens estão se interessando mais por mangá, vamos fazer uma revista voltada para esse estilo para o público dos 10 aos 14 anos, que é quando esse pessoal começa a curtir mangá. O legal da Turma da Mônica jovem é que antes de ser mangá, é Maurício de Sousa, por isso que na capa está escrito, estilo mangá.
Por exemplo, quando era feito pelo Flávio, estava sendo bastante puxado pro mangá com reações muito exageradas, o choro em cascata e virava SD nos momentos cômicos. Quando eu assumi, tentei fazer um outra coisa, tentando puxar mais para a linguagem cinematográfica, pois acredito que para a revista dar certo precisava ser mais do que somente a versão deles crescidos. Precisava de novos elementos e novas maneiras de se contar a história.

Entrevista Petra Leão

MDG: Por que a Tina não entrou nesse estilo?
PL: Porque ela tem outra pegada. Tem 44 páginas, sendo histórias mais curtas e mais voltada ao público feminino. Tentamos fazer quase um seriado em quadrinho, ou uma sitcom. Não fizemos em mangá pois esse estilo demanda mais história com mais profundidade. E também é entediante ficar tudo no estilo também, até porque a Tina é mais voltada pro cotidiano com um público um pouco mais velho. A personagem, por exemplo já está saindo da faculdade, falando de morar sozinha, do primeiro emprego, enfim, é uma outra faixa etária.

MDG: As edições em inglês e em espanhol para os Quadrinhos Nacionais funcionam?
PL: Acredito que sim, Quem faz a edição em inglês, é o Guilherme, namorado da Marina e ele é americano naturalizado, então sei que a tradução é excelente. Já folheei e vi inclusive as adaptações das piadas e são ótimas.

MDG: Você acha que os quadrinhos nacionais são mais difíceis de vender?
PL: Acredito que sim. Já trabalhei em outros projetos e percebemos que é mais difícil. As pessoas tem medo de investir. Geralmente quando não vendo o primeiro, já desistem. Tem que fazer vários, pois demora a dar resultado. O problema é que as empresas querem lucro muito rápido.

Entrevista Petra Leão

MDG: Você, como roteirista, gostaria que alguma de suas obras fossem usadas em outras mídias como filme ou série? Qual você considera que seria interessante passar por essa adaptação e porque?
PL: Seria um prazer. Acho que a Tina seria um seriado excelente, porque ela já tem um “q” de sitcom com as mesmas locações, pois criamos a cidade. Já a TMJ, seria muito legal se virasse um desenho animado ou um longa metragem, mas é mais difícil de adaptar. A Tina já imagino como um seriado de TV com atores, por exemplo.

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