Saiba mais sobre Eugênio Colonnese

Conheça o criador de Mirza, a Mulher Vampiro

Conheça Eugenio Colonnese

Eugênio Colonnese é filho de mãe brasileira e pai italiano. Nasceu em Fuscaldo, província de Consenza, sul da Itália.

Colonnese iniciou sua carreira quadrinística em 1949 quando já morava na Argentina. Quando veio para o Brasil para aproveitar as suas férias, Eugênio conheceu o desenhista Jaime Cortez, que ficou impressionado com o seu nível de trabalho e o apresentou para a EBAL (Editora Brasil América) que logo solicitaram o seu trabalho para quadrinizar o poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves. Depois de aproveitar as férias no Brasil, Eugênio volta para Buenos Aires e deixa documentado o seu primeiro desenho feito no Brasil.
Mudou-se para o Brasil em 1964 e fixou-se em São Paulo. Em 1967, criou Mirza, a Mulher-Vampiro e Morto do Pântano, ambos personagens ícones dos tempos áureos dos quadrinhos de terror no Brasil. Sobre eles paira a polêmica a respeito das semelhanças visual e conceitual com Vampirella e o Monstro do Pântano, respectivamente criados para as editoras norte-americanas Warren e DC Comics. Em favor de Colonnese, entretanto, pesa o fato de que suas criações antecederam as outras em alguns anos.

Mirza, a Mulher Vampiro e Morto do Pantano

Mirza, a Mulher Vampiro e Morto do Pantano

Em 1973, as histórias da “Mirza” aparecem pirateadas na editora “Regiart”. Os seis números não tinham a autorização do Eugênio Colonesse e ele não ganhou nenhum dinheiro por estas revistas. Ele continuava fazendo os seus trabalhos para revistas didáticas e em 1981 o editor Otacílio D´Assunção da revista “Spektro”, mostrou para o Eugênio um roteiro de uma história com a “Mirza”. Eugênio abraçou a idéia e ele volta a desenhar quadrinhos com esta história de nome “De volta ao mundo do terror!”, onde o próprio criador, Eugênio Colonnese, participa da história com a “Mirza” e seus outros personagens.
Em 1982, o desenhista Rodolfo Zalla que tinha uma editora paulista chamada “D-Arte”, lançou a revista “Mestres do Terror”, trazendo de volta a “Mirza”, com a história “A maldição de Mirela Zamanova”. É nesta história que conhecemos a origem da vampira. Desenhada pelo próprio criador Eugênio Colonnese e escrita por Osvaldo Talo, que fica responsável pela saga da vampira. A participação da “Mirza” termina em 1984 no número 25 da revista “Mestres do Terror”.

Mirza volta às bancas em 1986 pela “Press Editorial”. Inicialmente como um teste, mas o resultado foi muito bom, o próprio criador escrevia os roteiros e desenhava as histórias. A editora publicou mais uma revista e parou por problemas alheios à vontade do Eugênio.

Eugênio volta em 1988, pela “Catânea Editora”, com muitas histórias desenhadas para revista “Antologia Brasileira do Terror”, considerada a “Grafic Novel” do terror. Mas a “Mirza” aparece apenas na suas contra-capas.

Finalmente em 1989, pela própria “Catânea Editora”, “Mirza” volta com várias histórias na revista “Os grande momentos de Mirza, a Mulher Vampiro”.

Até 1999, Eugênio Colonnese continuou trabalhando nas revistas didáticas quando recebeu um convite de Álvaro de Moya para fazer uma nova história sobre a “Mirza” para a “Metal Pesado”, sendo que a história ficou bem erótica.

Watson Portela reuniu alguns personagens brasileiros na história “A Última Missão”. Eugênio Colonnese gostou muito de ver outro desenhista dando uma nova cara e uma nova roupa para a “Mirza”. Afinal, o criador gosta de manter a sua personagem bem atualizada e seguindo os padrões da moda.

A revista “Max Almanaque – Mirza, a Mulher Vampiro”, da editora “Escala”, produzida em 2002, traz muitas histórias da personagem e vem com uma entrevista com o Eugênio Colonnese. Essa edição é magnífica por trazer a foto de muitas capas das revistas desde o início.

Exímio artista, dono de um traço detalhista que primava pela perfeição anatômica – com habilidade ímpar para desenhar belas mulheres -, Colonnese também escreveu os roteiros de quase todas as HQs que ilustrou, fossem histórias de horror, faroeste ou mesmo de super-heróis, estilo de aventura para a qual criou, entre outros, os personagens:

Mylar “o Homem-Mistério” | Escorpião | Pele de Cobra

SuperArgo Superargo, Gato e X-Man (nenhuma referência ao nome que a Marvel começou a usar muito tempo depois), e ilustrou histórias de de faroeste como Juvêncio, o justiceiro do sertão e Beto Carrero.
Em 2004, Eugênio Colonnese, desenhou o álbum Cangaceiros – Homens de Couro #1, com roteiro de Wilson Vieira e capa de Mozart Couto, uma publicação CLUQ. Eugênio Colonnese lançou apostilas de desenho e edições especiais, geralmente pelas editoras Escala e Opera Graphica, entre elas o álbum War, Histórias de Guerra, com roteiros de Gian Danton (baseados em textos de Luiz Méri) (mesmo título usado para publicar histórias escritas por Garth Ennis para o selo Vertigo da DC Comics e para outro produzido por Rodolfo Zalla para a Editorial Kalaco) e um encadernado da Mirza pela Mythos Editora.

Colonnese veio a falecer dia 7 agosto de 2008, em São Paulo por falência multipla dos órgãos devido à problemas de saúde ocasionado por um AVC que ele teve em junho, decorrente do consumo intenso de cigarros.

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1 Comentário Saiba mais sobre Eugênio Colonnese

  1. sidnei k.

    Tive o privilegio de conhecer este saudoso mestre do desenho e arte HQ em 2007 em um workshopp em S.B.C
    De cara percebi se tratar de uma pessoa nobre, de coração e dono de uma arte inigpedi para ele desenhar pra mim a Mirza, ele o fez de boa vontade , e assim tambem para todos os participantes, sem se negar ou torcer nariz, como muitos fazem. O Eugenio terminou dizendo uma frase muito conhecida por todos, e serviu de ânimo para todos nós: -O vencedor nunca desiste! Salve Eugenio, estará sempre em nossas lembranças

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