Gedeone Malagola

Desenhista brasileiro criador do Capitão 7, Raio Negro, Hydroman, Homem Lua e outros

Gedeone Malagola

Gedeone Malagola (São Paulo, 7 de julho de 1924 – 15 de setembro de 2008) foi um argumentista e desenhista brasileiro.
Aprendeu desenho com o pai, que era pintor. Entrou para a faculdade arquitetura, mas formou em direito, no entando seguiu a carreira de quadrinista na década de 40. Ávido leitor, Gedeone Malagola tinha o hábito de pesquisar sobre os temas que escrevia a fim de se familiarizar com os assuntos e seus roteiros costumavam ser bastante detalhados. Suas primeiras colaborações foram para o jornal A Marmita, onde escrevia e desenhava. Depois trabalhou para O Governador.

“Escrevi e desenhei por gostar e nem tanto por precisar, mas ganhei muito dinheiro com os quadrinhos, não posso reclamar. (…) No meio de tanta luta, sempre há os bons e os maus momentos, mas os bons prevalecem. Se tivesse que recomeçar, faria tudo outra vez, da mesma forma”. (entrevista a Oscar Kern para o fanzine Historieta # 5, publicado em 1981.)

Raio NegroGedeone trabalhou nos gêneros terror e super-heróis, criando para o genêro Raio Negro (não confundir com o personsagem da Marvel ou o da DC),Hydroman e Homem Lua. Foi um dos roteristas do Capitão 7 e desenho histórias dos X men na GEP(Gráfica Editora Penteado), onde foi editor da revista, além de publicar histórias do Raio Negro na revista dos Mutantes.
Seu mais recente trabalho foi O Lobisomem para editora Opera Graphica em 2002.
Malagola era formado em Direito, mas foi com lápis, nanquim e papel na mão que se sentiu realizado. Os quadrinhos eram paixões que o acompanharam até os últimos meses de sua vida. Fosse criando HQs de terror, infantis e de super-heróis que marcaram época e influenciaram gerações de artistas do traço; talhando seu nome na rica história dos quadrinhos nacionais; ou ainda lendo gibis com o mesmo interesse e fervor, ele sempre dedicou à nona arte uma respeitosa e inspiradora reverência.

Em 1964, concebeu o Raio Negro, o primeiro super-herói brasileiro e um dos que mais fizeram sucesso entre os superpoderosos fantasiados criados no País. Já naquela década, enveredou pelos quadrinhos de horror, ajudando a consolidar o gênero de maior popularidade das HQs brasileiras. Esses e outros trabalhos menos ou mais destacados de seu currículo somam quase duas mil histórias produzidas.
Na década atual, Malagola continuou produzindo quadrinhos, embora nos últimos anos se limitasse a exercitar sua faceta de escritor. Ele vinha colaborando regularmente com artigos para a revista Mundo dos Super-Heróis e estava escrevendo dois livros sobre Buck Rogers e Flash Gordon, respectivamente.

Sofrendo de paralisia desde que, há alguns anos, acidentara-se em casa, Malagola tinha um único hobby: ler revistas em quadrinhos.
Passando seus dias deitado em uma cama, ele estava se alimentando por meio de sondas e apresentava um quadro crítico de debilidade física.
Vitimado por esse estado de saúde combalido o veterano roteirista e desenhista faleceu na tarde de 15 de setembro de 2008. Gedeone Malagola tinha 84 anos.

Alguns heróis criados por Gedeone

RAIO NEGRO

Raio NegroO surgimento do Raio Negro, em 1966 (*) foi uma espécie de marco na história dos super-heróis brasileiros. Enquanto que seus predecessores, como “Capitão 7” e “Capitão Estrela”, eram calcados nos personagens americanos da Era de Ouro (“Superman”, “Flash Gordon” etc.), Raio Negro foi o primeiro do gênero a se basear num super da Era de Prata. O modelo em questão era o Lanterna Verde, que fazia sucesso nos States, publicado pela “Showcase” e em revista própria.

Raio Negro foi criado por Gedeone Malagola, quadrinhista com cerca de 40 anos de idade na época, que já tinha alguma experiência no gênero (foi um dos roteiristas do “Capitão 7”). Tudo começou quando a GEP encomendou a Malagola a criação de um super-herói. O desenhista apresentou o “Homem Lua” mas, como esse não tinha superpoderes, foi rejeitado como personagem-título, ficando para complementar a revista, apenas.

Foi dito a Gedeone, então, que desse uma olhada no “Lanterna” e, às pressas, surgiu “Raio Negro”. Talvez devido à pressa requerida, Gedeone não teve tempo de bolar algo original para a estréia do novo herói. A origem de Raio, lançada no no. 1, era toda baseada no Lanterna. Assim como o clone americano, Raio também era um piloto aéreo, o oficial da FAB Roberto Sales. Na época, a corrida espacial estava a todo vapor e o Brasil não podia ficar de fora. Assim, Sales foi o primeiro astronauta brasileiro lançado no espaço. Uma vez fora da atmosfera, Sales faz contato com um disco voador avariado. Seu ocupante, Lid, de Saturno, está incapacitado devido aos ferimentos e orienta o terrestre para que ligue uma espécie de piloto automático que levará o disco de volta ao planeta de anéis.

Agradecido por ter se arriscado para salvá-lo, Lid o presenteia com um estranho anel, uma arma na verdade, chamada Anel de Luz Negra, feita com a energia magnética de Saturno, capaz de tornar o terrestre num verdadeiro super-homem.

Malagola roteirizou e desenhou Raio Negro em 24 aventuras, sendo publicadas também em almanaque e na revista “Edições GEP” (estreladas pelos “X-Men”), nesta última em duas aventuras especiais). Além de “Raio Negro” e “Homem-Lua”, a revista trazia, volta e meia, um terceiro personagem, “Hydroman”, também de Gedeone.

Com o cancelamento da revista, Raio Negro ficou no limbo. Mas ele foi um herói de sucesso, um personagem que marcou a mente de muitos leitores da época. Em 1982 muitos fãs ainda lembravam do personagem. Foi quando a editora Grafipar, de Curitiba, que só trabalhava com quadrinho brasileiro, decidiu que já era hora de trazer o herói de preto de volta. Fizeram um teste e lançaram um coletânea de algumas histórias da década de 60, com uma nova capa pintada por Watson Portela. Infelizmente, a crise econômica (recessão) da época acabou falindo a Grafipar.

Anos mais tarde, uma nova tentativa foi feita, desta vez pela editora ICEA. Infelizmente, também fracassou. Em 1998, a revista “Metal Pesado”, especialista em quadrinho brasileiro, publicou em seu no. 6 uma aventura do Raio Negro.

Fonte:
(*) Gedeone informou, em 1981, que o n° 1 do “Raio Negro” chegou às bancas em 1965. Mas é bem possível que sua memória o tenha traído. Isso porque aquela data de publicação (1965), não bate por uma série de fatores, não só pelo hiato entre a primeira edição e a seguinte (1967), bem como pelo preço da capa do n° 1 em relação à época e à comparação com outras publicações da GEP, quando esta começou a “engrenar”. De acordo com Otacílio D’Assunção, por exemplo, que possui tanto o “Raio Negro” n° 1 como o “Lobisomem” n° 1 (1966) da editora paulista, ambos os n°s. parecem ter saído na mesma época, pois têm as mesmas características gráficas: no preço da capa, além de serem usadas as mesmas tipologias, por exemplo, o “3” do “CR$ 300” (um preço mais condizente com 1966 do que com 1965) está em corpo diferente dos dois “zeros”.

INIMIGA DO RAIO NEGRO
Inimiga do Raio Negro
Inimiga do Raio Negro brasileiro. Não confundir com as personagens homônimas de “Batman” e “Homem-Aranha”.

HOMEM LUA
Homem LuaTudo começou quando a editora GEP encomendou a Gedeone Malagola a criação de um super-herói. O desenhista apresentou o Homem Lua mas, como era um herói sem super-poderes, foi rejeitado como personagem-título, ficando apenas para complementar a revista. Gedeone veio então, meio às pressas, como Raio Negro, personagem “à la” Lanterna Verde que usava um anel que lhe consedia poderes fantásticos.

E assim Homem Lua estreou, como tapa-buraco da revista “Raio negro” no. 1, em 1966 (*). Foi o primeiro herói brasileiro a beber nas águas do “Fantasma”, de Lee Falk. Porém, ao contrário de seus sucessores, pelo menos o Homem Lua tinha um uniforme que o diferenciava do herói americano, como capa e um estranho capacete redondo, que os detratores apelidaram de aquário (só que ninguém fala isso daquele inimigo do “Homem-Aranha”, o Mysteryo).

Nas aventuras de Homem Lua a identidade do herói era envolvida em mistério. Sua identidade civil era ignorada pelos leitores e, quando aparecia sem o capacete, seu rosto nunca era focalizado claramente. Sabe-se que seu quartel-general e residência ficava na cidade de São Paulo. Para resolver casos ao redor do mundo, O Homem Lua contava com sue “Jato Lua”, um potente avião que o levava a qualquer parte do planeta em questão de horas.

O personagem tinha como armas apenas pistola e faca, esta escondida estrategicamente na bota. Mas a principal arma do Homem Lua não era nenhum arsenal tecnológico, e sim sua poderosa influência sobre diversas tribos indígenas ao redor do mundo que, por acreditarem ser ele uma entidade imortal, estavam sempre dispostas a ajudá-lo em suas missões. Como o leitor atento já reparou, tudo inspirado no “Fantasma”.

Homem Lua foi cancelado nos anos 60, junto com o colega Raio negro. Só em 1982 ele voltaria, dessa vez com o selo da editora Grafipar. Foi uma tentativa de relançar os heróis de Gedeone numa nova revista do Raio Negro que, infelizmente, não passou do primeiro número. Curiosamente, nessa época a Marvel veio com o Cavaleiro da Lua que, assim como Homem Lua, trajava capa, não tinha poderes, usava como meio de transporte um veículo aéreo e tinha a Lua como símbolo.

A partir da experiência com a Grafipar, Gedeone se concentrou em trazer apenas o Raio de volta, primeiro pela ICEA e, mais recentemente, pela Metal pesado. Infelizmente, devido à falta de seriedade das editoras brasileiras e já cansado devido à idade, o mestre Gedeone decidiu aposentar seus heróis.

TAMBU

TambuTambu, o herói das selvas, é o típico “Tarzanide” (personagem inspirado em Tarzan) brasileiro, criado por Gedeone Malagola em 1952 para a Editora Júpiter.

Nas palavras de Gedeone: “quando a Júpiter comprou [os direitos] de algumas revistas americanas, veio o ‘Kaänga’, do qual tínhamos autorização para publicar com outro nome. Então surgiu ‘Tambu’. Entre algumas práticas lamentáveis resultantes da pouca experiência editorial da época, houve as deformações das páginas originais, por motivos de economia, além da grafia incorreta do nome do personagem, pois Tambu não tem acento!”.

Na década de 60, Gedeone foi um dos responsáveis pela criação de “Targo”, um “Tarzanide” brasileiro publicado pela editora Outubro.

HYDROMAN
Hydroman(ao lado, o personagem desenhado por Momoki Akimoto)

Hydroman foi o primeiro super-herói brasileiro a ter nome em inglês. Essa prática de “americanizar” nomes de heróis é um recurso muito utilizado por nossos editores. A idéia é chamar atenção do leitor tupiniquim, avesso a personagens patrícios. Esse leitor vê, desavisado, a capa da revista nas bancas e, pensando tratar-se de um novo herói americano, compra o gibi, meio às pressas, só percebendo que foi “iludido” depois. Mas aí já é tarde demais.

A idéia de lançar HYDROMAN surgiu nos anos 60, quando o quadrinista Momoki Akimoto propôs ao colega Gedeone Malagola fazer um personagem tipo The Sub-Mariner (mais conhecido entre nós como Namor). Apesar de estar sobrecarregado de trabalho, Gedeone aceitou o convite, pois a nova HQ seria feita por duas pessoas e, portanto, não cansaria tanto. Akimoto sugeriu que o personagem se chamasse HYDROMAN. Ambos não sabiam que já existia um super-herói com esse nome, nos States. Era uma criação dos anos 40, de Bill Everett.

Apesar de ter sido um herói promissor, HYDROMAN só teve três aventuras, com lápis de Akimoto e arte-final de Gedeone.

Na primeira aventura, os leitores ficavam sabendo que o protagonista operava de uma base, a lendária e submersa cidade de Atlântida. Sua principal arma era uma pistola de gelo que, ao ser disparada, congelava instantaneamente seus adversários. Quando não usava seu revólver, o herói se valia dos punhos para derrotar os inimigos.

Apesar da arte bem feita, a série carecia de um bom roteiro. Na primeira aventura, por exemplo, o herói não dizia a que vinha. Faltava um aprofundamento psicológico no herói, se bem que, naquela época, vale lembrar, os gibis de super-heróis não tinham a preocupação com roteiros inteligentes. O que contava mesmo era a aventura pura e simples, com o mocinho se preocupando apenas em derrotar o bandido. Somente a partir de 1967, com os heróis Marvel, de Jack Kirby, é que a moda dos heróis problemáticos pegou no Brasil.

Voltando ao nosso herói. Pelo que se sabe, HYDROMAN e raio Negro foram os primeiros super-heróis brasileiros a participarem de um encontro (hoje, “cross-over”). Foi quando os dois se uniram na HQ “Invasão das Estrelas”, que muitos elogiaram.

Após o cancelamento de nosso homem do fundo do mar, a GEP (Gráfica Editora Penteado) tentou, em 1969, outro personagem submarino. Era Fantar, de Edmundo Rodrigues e Milton Mattos, sobre um anti-herói tipo Namor que queria destruir não só os habitantes da superfície como também os moradores das profundezas marítimas. Também não deu certo.

No início dos anos 80, a Grafipar de Curitiba planejou trazer HYDROMAN de volta, mas infelizmente o projeto não deu certo (só foram reprisadas três aventuras) e hoje o personagem só vive na lembrança dos leitores mais nostálgicos, infelizmente.

A PATRULHA DO ESPAÇO
A patrulha do espaçoPersonagens criados por Gedeone Malagola na primeira metade da década de 50 do século passado para a Editora Júpiter original e com três histórias escritas pelo próprio Gedeone, nos derradeiros meses de sua existência física entre nós, entre os anos 2007/2008, resgatando e atualizando personagens os quais ele mesmo, criativa e pioneiramente, havia criado, escrito e desenhado na metade do século anterior. Em “Os Fugitivos”; “JS-36, O Andróide” e “O Duque de Kent”, Capitão Júpiter, Eletra e Capitão Astral passam por movimentadas aventuras num futuro atualíssimo, na Terra ou em outros planetas (a segunda aventura, na opinião deste humilde editor, deverá se tornar um clássico das Histórias-em-Quadrinhos – se depender de mim se tornará mesmo, pois sempre que possível estarei falando ou escrevendo sobre ela). E quem mui dignamente ilustrou os instigantes roteiros de Gedeone foi o talentoso Emir Ribeiro, desde a formidável capa e ilustrando as HQs plenas de ambiente nostálgico, mas sem perder a atualidade. Excelentes histórias de aventura & ficção-científica pra ninguém botar defeito. Inclui ainda artigo de Rod Gonzalez sobre a Editora Júpiter, além de esboços de Laudo Ferreira Jr. – ele que iria participar do projeto, mas teve que abandoná-lo para justamente poder se dedicar a seus projetos mais pessoais. Pra quem não sabe, Laudo foi um dos incentivadores-mor para que Gedeone voltasse a escrever roteiros para HQs.

CAPITÃO ASTRAL
Capitao Astral
Herói espacial publicado pela editora Júpiter.

CAPITÃO JUPITER

Capitao Jupiter

TOM TERIK
Tom TerikCriado por Gedeone Malagola, tendo o paranaense Eloir Carlos Nickel a responsabilidade de dar vida a ele em sua primeira aventura (publicada no terceiro número da coleção, aquele que saiu com formato maior do que os demais): “O Ídolo Dos Sete Olhos”. Nota-se uma preocupação dos autores em criar, ao mesmo tempo, um personagem novo mas que não fugisse muito das características de seu antecessor. Assim como este, Tom Térik é um arqueólogo, e esta sua primeira aventura é tão movimentada quanto aquela de Brett Carson que vimos no primeiro número. Disposto a ajudar uma linda sacerdotisa, Térik parte em busca de um artefato místico-religioso, e nessa empreitada irá enfrentar toda sorte de perigos: felinos grotescos, serpentes gigantescas, guerreiros bárbaros, vampiros alados, desafios que enfrentará com seu vigor físico e sua espada – contando sempre com a ajuda da linda sacerdotisa Taiara. Pena que Gedeone tenha assinado somente esta aventura de Tom Térik: a despeito do talento de Nickel no traço, a história do segundo número saiu com o roteiro meio truncado, apesar da HQ “O Magnífico De Ur” apresentar alguns momentos divertidos. Os roteiristas desta segunda e derradeira história de Tom Térik optaram por narrar conto de magia e misticismo, deixando de lado a aventura.

GINÓIDE

GinoideGedeone ainda mostrou nesta coleção de Os Guerreiros de Jobah (no segundo número), uma HQ escrita e ilustrada por ele mesmo, e que reconhecia como uma de suas favoritas: Ginóide, uma excelente narrativa futurista, que vai surpreender aqueles que conhecem o trabalho de Gedeone somente no Raio Negro.

Personagens criados por Gedeone Malagola (39)

• Andróide-7
• Capitão Astral
• Capitão Jupiter
• Capitão Op-Art (Duarte Rodrigues)
• Coronel Campos (Gil Campos)
• Dr. Gederson
• Dr. Medusa
• Eletra (Eletra )
• Evânia
• Homem Lua
• Homem Sem Rosto
• Homens de Fogo
• Homens Voadores
• Hydroman
• Jony Ciclone
• Jony Star
• Koreme
• Lahar, O Mágico
• Lid
• Lobisomem, O Demônio da Noite (Louis Von Bóros)
• Magnus, O Mágico
• Marajoara Campos
• Matsu
• Meio-Fio
• Milton Ribeiro, O Cangaceiro
• Mulher-Gato (Brasileira)
• Patrulha do Espaço
• Radite
• Rainha Tarin
• Raio Negro (Roberto Sales)
• Steve Kirby
• Taj-Al
• Tambu
Targo
• Thok, O Mágico
• Thor, O Viking
• Uk
• Uka
• Zora

Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gedeone_Malagola
http://www.guiadosquadrinhos.com/personbio.aspx?cod_per=5362
http://jupiter2hq.blogspot.com.br/2012/03/patrulha-do-espaco-apresenta-historias.html
http://sallesfanzineiro.blogspot.com.br/2010/11/brett-carson-tom-terik-em-os-guerreiros.html

2 Comentários Gedeone Malagola

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