Dois brasileiros desenharão nova série da Sergio Bonelli Editore

Editora planeja renovar seu público e ampliar seu leque de publicações

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Em outubro de 2014, a Sergio Bonelli Editore estreará uma nova série, chamada Adam Wild, escrita por Gianfranco Manfredi, o mesmo autor de Mágico Vento. E a boa novidade é que dois brasileiros estarão na equipe de desenhistas do título: Ibraim Roberson e Pedro Mauro.

Ibraim Roberson já desenhou para Marvel e DC, além de ter feito a versão em quadrinhos do Guia de sobrevivência aos zumbis – Ataques registrados, lançado no Brasil pela Rocco.

Pedro Mauro é um ilustrador veterano que, depois de muitos anos, está voltando aos quadrinhos – ele começou na editora Taika, de Jayme Cortez, ajudando Ignacio Justo em histórias de guerra. Após alguns meses, já assinava a arte da revista Pancho, um western spaguetti que fez por um ano e meio. Em seguida, deixou as HQs para fazer storyboards para publicidade. “Mas sempre acompanhei e curti essa paixão”, enfatiza. Recentemente, o autor fez a trama extra do álbum Jones Inc. – A verdade está lá embaixo, que só pode ser lida online, com uma senha que está na edição.

“Eu conhecia – e curtia – o trabalho de Manfredi em Mágico Vento, mas na hora não associei o nome quando ele viu meu trabalho no Facebook e me mandou uma mensagem perguntando se queria fazer um episódio para ele. Logo topei, por ser bem o tipo de quadrinho que gostaria de voltar a fazer, aventura clássica”, conta Pedro Mauro. “O trabalho está sendo ótimo, pois ele é muito organizado: manda todas as referências, quadro a quadro, e tem um roteiro bem fácil de seguir.”

Já Ibraim Roberson chegou a Manfredi por meio do seu representante na Itália. “Eu havia me afastado para estudar melhor o meu estilo e fundar uma escola de quadrinhos em Curitiba, a ClubComics. Foi muito importante sair do ritmo de trabalho de produção para a Marvel, pois pude focar em um estilo mais elaborado de produção de páginas”, relata.

Segundo o desenhista, Manfredi nunca fez um retoque sequer nas sequências narrativas. “Ele parece desenhar cada detalhe das páginas no momento em que está escrevendo. O meu trabalho fica facilitado, pois é exatamente como uma tradução, em vez de uma adaptação”, diz Roberson. “Toda a energia de um texto incrível está visível em cada painel de Adam Wild.”

Como fez em Mágico Vento, Manfredi está escrevendo tudo com muita base em pesquisa histórica. Adam Wild é um explorador escocês membro da Royal Geographical Society de Londres que trabalha na África, no final do Século 19. Conhecer as populações locais lhe interessa muito mais do que as expedições geográficas.

O protagonista é um homem de ação, que prefere o contato com a natureza e a viver em Londres. Por isso, combate a escravidão dos indígenas e negros e a exploração dos recursos naturais da região, pelos ocidentais. Em sua “missão”, Adam estará sempre acompanhado de amigos e de Amina, a princesa guerreira Bantu que luta ao seu lado. O seu visual foi baseado no ator norte-americano Errol Flynn, quando jovem (veja acima).

Em entrevista ao site do Universo HQ, Manfredi revelou que Ibraim Roberson está desenhando um episódio com Adam Wild jovem, durante as guerras Zulu Wars; e Pedro Mauro, uma história que se passa em Lagos, uma ex-colônia portuguesa na Nigéria, que tem muitas similaridades com a arquitetura de época do Brasil. Hoje, em sua página no Facebook, o autor teceu elogios ao “lápis suntuoso de Pedro Mauro, de quem recebeu as dez primeiras páginas produzidas em “velocidade supersônica” e com uma qualidade digna de uma ovação em pé”.

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Como é comum na Sergio Bonelli Editore, vários desenhistas se alternarão na série. Confira os nomes, por ordem de aparição: Alexander Nespolino (que definiu o visual dos personagens), Darko Perovic (que será o responsável pelas capas), Vladimir “Laci” Krstic, Antonio Lucchi, Zoran Tucic, Stevan Subic, Massimo Cipriani, George Sommacal, Damjan Stanich, Matthew Compass, Paul Raffaelli e outros.

Quase todos os artistas serão apresentados aos leitores Bonelli, e ao mercado italiano, em Adam Wild, o que comprova a intenção da editora em renovar seu público e ampliar seu leque de publicações.