Personagem da Marvel surgiu na década de 40 na revista All-Western Winners
Black Rider, era um cowboy fictício, dos quadrinhos da Marvel, surgido em 1948, na revista All-Western Winners #2. Ficou conhecido no Brasil como Cavaleiro Negro. Nos anos 70, seu nome em inglês foi mudado para Black Mask. Sua identidade secreta era o tímido médico Dr. Robledo (Mathew Masters), apelidado de Cactus Kid), que se transformava no aventureiro mascarado e era o terror dos bandidos. Detalhe curioso: Molenga, o cavalo do mocinho, também se “transformava” no cavalo do herói, chamado Satã. Bastava que o Cavaleiro Negro pedisse a ele que “retesasse os músculos”.
Anos depois, o “Doc” Masters (Doutor Robledo, no Brasil) aparece na cidade de Leadville, Texas (Laredo, no Brasil). Sua recusa em usar armas o tornam conhecido como um notório covarde, fazendo com que ninguém desconfie quando aparece como Black Rider (ou Black Mask) para fazer justiça.
Quando se disfarça de herói, Masters usa um lenço para encobrir o rosto, da mesma cor que o chapéu e a roupa, toda negra. Essa indumentária era idêntica à de outro cowboy famoso dos anos 40, Durango Kid. Mas, diferenciava-se deste na medida em que, nas costas, colocava uma grande capa, parecida com a do Superman. O nome do cavalo do herói era Satan (quando estava com o Doutor Robledo era chamado de Moleza no Brasil).
Edições no Brasil
O Cavaleiro Negro (Black Rider no original, que nos anos 50 foi desenhado por Sid Shores, um artista que influenciou os traços de Jack Kirby e John Buscema), foi um dos que alcançou mais sucesso no Brasil, estreando em 1949 na revista Gibi Mensal (da RGE) e ganhando, depois, um título próprio que atingiu a impressionante marca de mais de 200 edições lançadas. Muitos reputam grande parte desse êxito aos clássicos desenhos do artista estadunidense Sid Shores.
Como não havia material norte-americano suficiente, muitas das aventuras do Cavaleiro Negro foram criadas no Brasil, por autores como Walmir Amaral, Milton Sardella, Juarez Odilon, José de Arimathéia e Flavio Colin (vale lembrar que isso não era exclusividade, tendo acontecido, de forma quase regular, com aventuras do Mandrake e do Fantasma, produzidas no Brasil).
Nos últimos números, foram utilizadas histórias provenientes da Espanha, de um personagem chamado Gringo, que era substituído pelo Cavaleiro Negro com os desenhos sendo modificados. Outros heróis tiveram suas aventuras publicadas na série Cavaleiro Negro, como Apache Kid, Arizona Raines, Sierra Smith, Davy Crokett, Kit Carson e Daniel Boone. Marcelo Naranjo dedica essa coluna aos bons tempos da editora RGE, que, sem dúvida, marcaram sobremaneira a publicação de quadrinhos no Brasil.
Participou de uma edição especial em 1972, intitulada: “Super Almanaque Especial”, com capa cartonada, formato americano, com
84 páginas coloridas. E vale registrar uma curiosidade: quando a Marvel cancelou a revista Black Rider nos Estados Unidos, a RGE não quis descontinuar o título por aqui, já que ele vendia muito bem. A solução encontrada foi pegar as histórias do cowboy Gringo (publicado na Espanha) e transformar o personagem no Cavaleiro Negro. A adaptação dos textos era feita por Primaggio Mantovi, e Walmir Amaral de Oliveira refazia os desenhos. Em 1985, o Cavaleiro Negro teve sua primeira edição relançada na série Gibi de Ouro – Os clássicos dos quadrinhos, ainda pela RGE.
Com a onda dos super-heróis que tomou conta dos quadrinhos no final da década de 1960, aos poucos o antigo cowboy foi sendo esquecido e a revista, cancelada. Tanto que os diversos super-heróis Black Knight’s, traduzidos também como Cavaleiro Negro, mas com armaduras e espadas, hoje são bem mais conhecidos pelo nome em português do que o Cavaleiro Negro do Velho Oeste.
Vídeo
Kendi Sakamoto fala sobre O Cavaleiro Negro
Gibis
Confira as revistas do Cavaleiro Negro na nossa loja ManiadeGibi.com