Saiba mais sobre Ely Barbosa

Ely integrou, ao lado de Mauricio de Sousa, Júlio Shimamoto e Gedeone Malagola, a Associação de Desenhistas de São Paulo (ADESP)

Ely Barbosa

Ely Rubens Barbosa, mais conhecido como Ely Barbosa, nos anos 1960 integrou, ao lado de Mauricio de Sousa, Júlio Shimamoto e Gedeone Malagola, a Associação de Desenhistas de São Paulo (ADESP). Uma das bandeiras da ADESP era a nacionalização dos quadrinhos.
Foi o autor do comercial da empresa especializada em controle de pragas DDDrin, exibido na década de 1970. A peça exibia uma animação de baratas. De 1987 até 1992 foram publicadas pela Editora Abril revistas em quadrinhos de personagens criados por Ely Barbosa: Fofura, Patrícia e O Gordo. Os bonecos Anjinha e Capetinha, pertencentes ao programa Oradukapeta, apresentado nos anos 1980 por Sérgio Mallandro, foram da criação de Ely Barbosa. Isso podia ser notado facilmente, devido à vasta semelhança dos citados bonecos com os outros personagens criados pelo autor.
Além dos personagens próprios, Barbosa fez também revistas em quadrinhos dos Trapalhões para a Bloch Editores e da Hanna-Barbera para a Rio Gráfica Editora. Em 1983 criou e produziu com a Rede Bandeirantes as séries televisivas TV Tutti Fruti e Boa Noite, Amiguinhos, ambas com bonecos animados. Na década seguinte produziu com a Diana Produtora Independente a série Fofura na TV.
A história de Ely Barbosa nos quadrinhos infantis teve início nos primeiros anos da década de 1970, quando seu estúdio começou a produzir o gibi dos Trapalhões para a editora Bloch. Mas foi em 1976, com a estréia da Turma da Fofura e da Turma do Cacá na coleção de livros infantis Silvio Santos para as Crianças (relançada com sucesso em 2002), que seus próprios personagens se tornaram famosos e migraram para as HQs nos anos seguintes, publicados pela RGE e Editora Abril.

Outras criações do quadrinhista se destacaram, como os impagáveis Amendoins (talvez os únicos personagens de Ely Barbosa que atingiam o público juvenil/adulto com seu conceito e humor mais escrachados), e os garotos Gordo e Patrícia, que ganharam títulos próprios no final da década de 1980 pela Editora Abril e permaneceram nas bancas até 1992.

Como reconhecimento por tudo que fez até então para os quadrinhos brasileiros, ele recebeu o Prêmio Angelo Agostini na categoria Mestre, em 1993.

Fã incondicional das obras de Monteiro Lobato, em 1997 o quadrinhista criou um novo visual para os personagens do Sítio do Picapau Amarelo, utilizado até 2001, quando a Globo resolveu mudar para o estilo de desenho que hoje é usado nas revistas em quadrinhos.
Apesar do nome ligado aos quadrinhos, Ely Barbosa também produziu animações e comerciais de TV, peças de teatro e séries televisivas infantis com seus personagens, como Tutti-Frutti (vencedor em 1983 do Prêmio APCA, da Associação Paulista dos Críticos de Arte, como melhor programa infantil) e Boa Noite, Amiguinhos na década de 1980 e Fofura na TV, nos anos 1990.

Seus personagens também foram alguns dos campeões de licenciamento no Brasil, até meados da década de 1990, estampando os mais diversos produtos, como roupas, calçados, artigos escolares e até alimentos. Por muitos anos, suas criações ainda ajudaram a divulgar o Baú da Felicidade, um dos grandes sucessos do empresário e apresentador de TV Sílvio Santos.

Consta, ainda, de seu extenso currículo artístico, a autoria de dezenas de livros infantis (o último deles lançado em 2000) e o romance literário Yanomami, um grito nas selvas (Editora Maltese, 1991). Este livro leva consigo uma curiosidade: foi escrito originalmente para ser uma novela da TV Globo. Quem o incentivou a apresentar a sinopse àquela emissora foi seu famoso irmão, o escritor de novelas Benedito Ruy Barbosa. Embora aprovada, a telenovela não foi produzida porque exigiria um orçamento nada animador no Brasil que vivia sob os efeitos do famigerado pacote econômico Plano Collor.
Era irmão do autor de novelas Benedito Ruy Barbosa e pai da atriz Mareliz Rodrigues, que participou de novelas de Benedito, como Cabocla. Morreu em 19 de janeiro de 2007, ao 69 anos, vítima do mal de Parkinson.

Confira algumas revistinhas de Ely Barbosa no site!

3 Comentários Saiba mais sobre Ely Barbosa

  1. Tony Fernandes

    Foi muito bom saber que vcs se lembraram do meu velho amigo Ely Barbosa.
    Poucos comentam sobre ele, mas não tenho dúvidas de que ele fez um grande e belo trabalho em prol das HQs nacionais, em sua época.
    Trabalhei no estúdio dele fazendo Hanna-Barbera.
    Bela matéria. Ótimo resgate.

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  2. Mazinho

    Olá Tony, tudo bem? Realmente existem muitos escritores, desenhista e autores nacionais esquecidos e que merecem ser lembrados pois tiveram a sua época e um papel importante para os quadrinhos nacionais. Mais matérias virão por aí. Um abração, Mazinho.

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  3. Eudes Garcia

    Ótimo texto, parabéns! Tenho na coleção os quadrinhos do Gordo e Patrícia da Editora Abril. É muito importante resgatar essas histórias sobre os quadrinhos nacionais. Hoje em dia só temos o Maurício com a Turma da Mônica representando nosso país nas bancas.

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