Conheça o cartunista mais Rock’n’Roll do Brasil
Nascido na cidade de Santo André, na gloriosa década de 70, em 14 de abril, Marcio Baraldi é um desenhista revelado por Ziraldo e que mantem uma produção praticamente ininterrupta desde os anos 90. No entanto, sua carreira começou antes, em 1983, no sindicato dos Químicos do ABC, para onde desenha até hoje. Também é chargista dos sindicatos dos Bancários de São Paulo, dos Bancários do ABC, Metroviários, Médicos, Psicólogos, Sindsaúde, Apeoesp, SEEL-SP, Apcef e outros.
Ele é o maior vencedor de um dos mais importantes prêmios do gênero no Brasil, o Prêmio Angelo Agostini, como melhor cartunista. A Premiação existe há mais de 26 anos e já agraciou artistas como Ziraldo, Henfil, e Maurício de Sousa.
Seus personagens de estilo cartunesco, com cores vivas e humor simples e direto lembram o antigo “Dr. Fraud”, de Canini, que também interagia com outros célebres personagens de quadrinhos. Influenciado pela cena do rock paulista, desenhos animados e cultura pop em geral, Baraldi foi criticado por por usas seus quadrinhos para sindicatos e, principalmente, para apoiar o então candidato Lula à presidência da República. Nos últimos anos, lançou diversos álbuns pela Opera Graphica, como “Humor-Tífero”. Trabalhou também para as editoras Escala (revista “Showmix”), Galvão (revista “Private”), Com-Arte e outras.
Baraldi também publicou em diversos fanzines (“TV Séries”, “QI”) e homenageou fanzineiros e profissionais, como Márcio Costa e Emir Ribeiro.
Marcio Baraldi é o cartunista mais rock’n’roll do Brasil, e se bobear, do mundo! Ninguém fez, faz e publica tantos cartuns e HQs explicitamente roqueiros como ele. Cartunista de nascença, ele começou a misturar rock com desenho ainda na infância quando se converteu ao rock’n’roll após ouvir “We will rock you” do Queen num velho rádio valvulado. Dali pra frente ele entupiu cadernos e mais cadernos com desenhos, piadas e quadrinhos com bandas de rock, sobretudo o Kiss e o Queen, suas primeiras paixões roqueiras.
Mas o trabalho rocker do Baraldi só veio a público mesmo em janeiro de 1996, quando ele criou o Roko-Loko e a Adrina-Lina pra revista Rock Brigade, a mais antiga magazine de rock da América Latina. que inclusvive virou game para PC e celular. O jogo lhe rendeu um “Disco de Ouro” em 2006, e um “Disco de Platina Triplo” em 2007. Entre suas atividades, escreveu vários livros e desenhou capas de discos, como por exemplo a do “CD Denúncias e Questionamentos” (Máxima Culpa). Seu trabalho nessa área agradou tanto que no mesmo ano ele passou a colaborar com mais duas revistas de rock, Dynamite e Metalhead, e uma de tatuagem, Metalhead Tattoo. Pouco tempo depois seria a vez das revistas Roadie Crew, Valhalla, Comando Rock e Rock Underground também abrigarem o humor inovador do Marcio em suas páginas.
Hoje Baraldi continua firme, forte e fiel em todas essas revistas, desenvolvendo um trabalho exclusivo e pessoal pra cada uma delas. Nesses sete anos Baraldi já desenhou, parodiou ou homenageou uma infinidade de bandas nacionais e internacionais, somando centenas e mais centenas de cartuns, quadrinhos e tiras do que ele mesmo escreve, desenha, finaliza e pinta. Tudo sozinho, tudo na raça!
Além de ser uma criativa e original mistura de quadrinhos e rock, o trabalho de Baraldi também funciona como um eficiente e divertido documento sobre a história do rock. Em seus quadrinhos estão fatos marcantes como a volta de Bruce Dickinson ao Iron Maiden, o fim dos Ramones, a morte de inúmeros roqueiros como Joey Ramone, Chuck Schuldiner e George Harrison, entre outros fatos que marcaram esse tal de rock’n’roll nos seus 50 anos de vida.
Todo esse conteúdo informativo e cultural, aliado ao traço hilário e humor agressivo, fazem de Baraldi um dos cartunistas mais consistentes do país. Além de um nome seminal e referencial que inovou e sedimentou o Humor-rock no Brasil.
Hey-Ho, lets go! Baraldi will rock you!!!!
ENTREVISTA REALIZADA EM JAN/2009 PARA REVISTA O GRITO
http://www.revistaogrito.com/page/blog/2009/01/29/entrevista-marcio-baraldi/
Entrevista: Marcio Baraldi
29 de janeiro de 2009, 12h14
VALE TUDO DE BARALDI
Por Matheus Moura
Marcio Baraldi é um dos mais conhecidos cartunista/tirista/quadrinhista do Brasil. É indiscutível! Esse homem não para, chega a ser estranho o tanto que ele produz. Não é à-toa que ganhou mais um Prêmio Ângelo Agostini, como melhor cartunista de 2008. A editora Opera Graphica, antes de encerrar as atividades lançou no mercado a coletânea Vale Tudo, em parceria com a editora Grrr!.
Em meio às correrias do dia-a-dia conseguimos fazê-lo se sentar em frente ao computador para responder as perguntas abaixo. Numa conversa franca e ampla, Baraldi abordou diversos assuntos, desde política, produção e mercado, à vida pessoal. Não deixem de conferir!
Quem é Márcio Baraldi?
O cartunista mais gato do Brasil! (risos) Um caboclo bacana demais, bróder de todo mundo, generoso, cheio de boa-vontade e de fé na Humanidade; otimista, trabalha que nem um doido, não sabe parar quieto um minuto, fica inventando sarna pra se coçar o tempo inteiro, adora a mulherada, xavecador de nascença, pintudão (sic), gostosão, nasceu pobrinho e proletário no ABC, hoje ‘tá’ sossegado, não suporta vagabundo e pilantra, não suporta gente falsa e traiçoeira, odeia mesquinharia e pobreza de espírito, ariano com ascendente touro, fala tudo na cara de quem quer que seja, não deve nada pra ninguém, nunca foi apadrinhado por ninguém — nem aceita ser -, nunca pediu patrocínio pra ninguém nem quer pedir, paga tudo do próprio bolso, nunca usou drogas nem vai usar, odeia cigarro, só bebe cerveja socialmente e raramente, adora quadrinhos de Super-heróis dos anos 60 e 70, adora desenho animado do mesmo período, adora os anos 80, adora rock de todas as épocas, adora abraçar e beijar todo mundo, adora falar besteira, adora Ziraldo, Maurício de Souza e Monteiro Lobato, odeia novela, adora filmes épicos-trash tipo “Hércules contra o Dragão de três cabeças”, começou a trabalhar aos 11 anos de idade e nunca mais parou, não sabe o que é ferias, não gosta de viajar, odeia avião, se dá bem com a criançada, adora cachorro, gostaria que o planeta inteiro fosse vegetariano, adora cantar no chuveiro e em qualquer lugar, já tocou em bandas de rock, já fez teatro, já grafitou, se formou em desenho mecânico e em Artes Plásticas, adora Jesus Cristo, Che Guevara, John Lennon e Raul Seixas, só vota no PT e no PC do B, nunca anulou voto, escreve, desenha e pinta sozinho todas as suas charges e quadrinhos, nunca teve ajudante – provavelmente nunca terá -, adora conhecer gente, adora seu próprio trabalho e profissão,adora a si próprio, sempre foi seu melhor amigo, gosta de Marx e Kardec, e espiritualizado, nunca foi ateu nem nunca será, e como deu pra perceber, adora falar de si próprio e vender seu próprio trabalho!

Alaôr Kaholic, Érica, A Esotérica, Euriko e Ritalinda (Ilustração: Márcio Baraldi)
É, deu pra perceber mesmo. E esse seu lado “comercial” de estar sempre presente e fazer a diferença é outra característica que te marca, certo? Como desenvolveu essa veia?
Eu nasci numa família muito proletária la em Santo André, no ABC paulista. Sou filho de um casal de operários, meus pais se conheceram na fábrica Rhodia, onde trabalhavam. A gente não passava fome, mas tínhamos o mínimo pra viver. Com dez anos de idade eu já fazia pipas pra vender na feira, com 11 era flanelinha (depois descobri que foi o primeiro emprego do Ozzy Osbourne também) e trabalhava num boliche levantando os pinos que o povo derrubava. Hoje esse serviço e feito automaticamente pelas esteiras eletrônicas, mas na época eles usavam garotos pra fazer isso. Com 12 trabalhei numa lavanderia como entregador de roupas (depois descobri que foi o primeiro emprego do Lula também) e ainda entregava folhetos de uma escola de inglês nas casas. Enfim, era uma infância proletária, comecei a trabalhar bem cedo e nunca mais parei. Ao mesmo tempo estudava bastante e ia muito bem nas aulas, era um garoto extrovertido, palhaço e popular na escola. Detonava em português, educação artística e teatro. Era o rei das redações, dos desenhos e das micagens na classe! O dim-dim que eu ganhava, dava uma parte pra minha mãe e o resto eu comprava minhas coisas, inclusive meus gibis, lógico. Já era, de certa forma, independente nessa época, pois não precisava que meu pai me desse mesada ou gastasse grana comigo.
O clima na minha família era muito ruim, ninguém se dava bem nem falava com ninguém. Álcool, brigas e cada um para o seu lado: essa era a rotina lá. Morávamos numa casa caindo aos pedaços. Tinha vergonha de levar os amigos ou namoradinhas lá. Os filhos dormiam todos espremidos num mesmo quarto. Meu sonho era crescer o mais rápido possível, pra sair dali e ter minha própria casa e independência! Prometi pra mim mesmo que ia trabalhar muito e sair daquela situação. Prometi também que nunca ia casar, nem ter filhos, nem ter outra família nunca mais. Cumpro essa promessa a risca até hoje! Passava o dia trabalhando e correndo atrás de mais oportunidades profissionais pra mim. Visitava agências de publicidade, deixava currículos tosquinhos com desenhos mais toscos ainda em todo lugar. Com uns 16 anos comecei como cartunista no Sindicato dos Químicos do ABC, passava o dia inteiro lá, à noite ia para o colégio técnico em Desenho Mecânico (estadual).
Construí uma carreira sólida no Sindicato dos Químicos, onde trabalho até hoje, e em zilhões de outros empregos que eu fui acumulando com o tempo. Paguei minha faculdade de Artes Plásticas e, com vinte e tantos anos, logo depois que minha mãe faleceu, derrubei aquela casa velha e ergui duas novas no lugar. Deixei tudo pra minha família e fui embora para São Paulo (capital), onde estabeleci minha Bat-Fortaleza (mistura de Bat-Caverna com Fortaleza da Solidão), onde fico bolando novos planos mirabolantes pra manter minha mente inquieta, minha pica ereta e o coração trancado.
Talvez por isso seu trabalho se tornou tão versátil. Desde revistas de heavy metal, passando por hip hop e até mesmo ufologia
Eu já nasci um bocado cara-de pau, mas a necessidade me fez perder as frescuras de vez, sacou? Encarar todo tipo de trabalho, pra todo tipo de público me tornou um profissional versátil, o que é muito importante, pois no Brasil um ilustrador tem que ser “pau pra toda obra” mesmo. Aqui e impossível o cara ser como o Jim Davis por exemplo, que consegue viver única e exclusivamente do seu personagem Garfield. Aqui o profissional tem que fazer tiras, quadrinhos, cartuns, charges políticas, ilustrações para produtos diversos, etc. É uma outra realidade, nosso mercado de quadrinhos e afins ainda e muito pequeno e frágil, ainda e uma quintandinha na esquina onde todo mundo se conhece, não um supermercado poderoso que gera emprego e renda para todo mundo. Eu como não podia me dar ao luxo de fazer quadrinhos por hobby e tinha necessidade de ganhar dim-dim urgente, tratei de ser um cara comercial o mais cedo possível.
A única coisa que nunca fiz, gracas a Deus, foi trabalhar para a Direitona. A única coisa que sempre falou tão alto quanto meu profissionalismo é minha ideologia. Tenho orgulho de ter vencido nessa profissão sem ter precisado trabalhar em jornais conservadores e reacionários. Nunca precisei elogiar políticos de direita ou xingar o Lula para agradar jornaleco nenhum! Hoje em dia a moçada é muuuuuuuito despolitizada, mas eu sou de uma geração em que ter ideologia era o mesmo que ter caráter. Enfim, o meu trabalho exige versatilidade e com certeza é bem mais do que fazer piadas engraçadinhas pra alegrar as pessoas.

Rap dez, Guerrilheiro da Guitarra, Maluco e Beleza (Ilustração: Márcio Baraldi)
Cite para nós quais trabalhos você desenvolve hoje; os que mais gosta de fazer e porquê
Eu faco o Roko-Loko na “Rock Brigade”, o Guerrilheiro da Guitarra na “Comando Rock”, os passarinhos Vapt e Vupt na “Espiritismo e Ciência”, o Ginho, o ET de Varginha, na “UFO”, o Tattoo Zinho na “Metalhead Tattoo”, Pérsio Piercing e Tati Tattoo na “Tatuagem Arte e Comportamento”, o Rap Dez na “Viração”,o Euriko e Ritalinda na “Folha Bancária”, Zé Ácido e Maria Vitamina no “Sindiquim”, Doutor Cicolo, na revista “DR!”,etc. Além disso, ainda faço as revistas Roadie Crew, Dynamite, Abusada, MAD, Jornal ABCD Maior, e jornais de muitos sindicatos pelo Brasil afora.
Gosto igualmente de todos os meus trabalhos, porque gracas a Deus, tenho o maior tesão e paixão pela minha profissão! Tudo o que faço nela me dá prazer e satisfação!
Com tantos personagens, já chegou a matar alguém como fez Angeli com a Rê Bordosa?
Não matei nenhum personagem porque não sou discípulo de Robert Crumb, que foi o primeiro cartunista a matar um personagem (o gato Fritz) e faturar em cima disso. Depois essa moda pegou nas Marvels e DCs da vida, virou um tal de mata e ressuscita heróis todo mês. Isso já virou um recurso manjado pra faturar uns trocados. Pra mim não tem sentido matar um personagem que esteja me dando algum lucro, pelo contrário, fortaleço cada vez mais eles pra me darem cada vez mais retorno e prosperidade. Já parei com vários personagens e séries pelos mais variados motivos: a revista onde ele saia fechou ou eu dei uma cansada dele mesmo ou não consegui mais tempo pra desenhá-lo, afinal eu sou um só e não tenho ajudante. Mas não mato jamais, deixo na gaveta que na hora certa ele pode voltar de boa. De qualquer forma, mesmo que porventura não volte mais, sempre dei o melhor de mim a todo instante, então o período que ele saiu foi muito legal e intenso. Por si só já valeu e muito! Praticamente todos as séries que eu fiz me deram retorno de público, o que quer dizer que elas cumpriram sua missão.

Vapt e Vupt, Ultravesti, Sabujo Vingador (Ilustração: Márcio Baraldi)
Como acha que os jovens hoje dia enxergam a política?
O mainstream hoje é absolutamente vazio, o discurso é o do “amor”, da diversão, de dançar a noite toda e dane-se o mundo, da dor de cotovelo, da paixão não correspondida, só isso, nada além disso. Isso emburrece e despolitiza as novas gerações. A moçada de hoje em dia é um troço engraçado, meio híbrido. São muito liberais, não têm bloqueios morais nem culpas nenhuma, transam super cedo, você vê dois meninos ou duas meninas namorando nas ruas de boa. Esse é o lado bonito dessa geração. O lado ruim e que que chegam aos 18 anos sem saber ler ou escrever direito. Saem das faculdades semi-analfabetos. Escrevendo num “internetês” horroroso. E o resultado dos 12 anos dos governos Collor e do PSDB acumulados ‚que foi quando o Brasil entrou nessa rota da demolição da educação e de tudo mais. Quando entrou na Era do Neoliberalismo, da Privatização e do Sucateamento do Estado.
Aqui em São Paulo, o PSDB implantou a “aprovação automática”, que passa o aluno de ano tendo aprendido ou não. Sucatearam a Educação ao máximo, aqui tá cheio de escolas em que quem manda são os traficantes não os diretores. Aqui traficante ou alunos junkies matam diretores e professores. É um ponto que a gente nunca imaginou que fosse chegar, mas chegou. O Rio De Janeiro também virou o caos. A molecada só pensa em fumar maconha e namorar. Eu odeio maconha, cigarro, álcool e drogas em geral, mas entendo que a única solução pra desmontar essa indústria do tráfico e da violência é legalizar essa merda toda. Se o cigarro e o álcool podem, porque o resto não?
Até o perfil dos criminosos mudou. Quando eu era garoto a maioria dos bandidos eram caras maduros, vagabundos de carteirinha, malacos experientes. Hoje não, fiz um trabalho no Cadeião de Santo André e pensei que estava na FEBEM, 90% dos presos hoje tem entre dezoito e vinte e tantos anos. O cara começa como aviãozinho aos dez anos e vira chefão do tráfico com 20 anos de idade! Absurdo, não? Hoje em dia e assim. Os canalhas neoliberais destruíram a inocência e o futuro dessa molecada! A mídia também não ajuda, só deseduca e distorce ainda mais os valores dessa moçada. As novelas e programas só tem maldade, violência e sacanagem. Falando assim eu até pareço um velho de 600 anos, mas o pior é que a realidade é essa mesmo. As coisas desbarrancaram muito rápido. O Brasil só teve três presidentes que prestaram: o Getúlio, o Juscelino e agora o Lula, o João Goulart não teve oportunidade de governar, foi enxotado pelos milicos a mando dos EUA, esse mesmo que está desmoronando finalmente, pra pagar seus pecados impagáveis. Então, o Lula está fazendo um ótimo governo, mas para o Brasil recuperar todo o prejuízo que lhe deram nesses 500 anos de roubada, ainda vai demorar um tempo. Queira Deus que as pessoas nunca mais coloquem o PSDB ou coisa que o valha no governo brasileiro. As gerações futuras agradecem!

Mix Mouse, Turma dos Químicos, Roko-Loko e Adrina-Lina e Tattoo Zinho (Ilustração: Márcio Baraldi)
E que trabalho foi esse na cadeia? Quando foi?
Foi há alguns anos atrás. Eu fui lá na cadeia com dois jornalistas de uma ONG de prevenção a AIDS nas cadeias. Entramos nas celas, conversamos bastante com os presos para saber qual a rotina deles e o nível de informação sobre a AIDS. Com essas infos eu fiz uma cartilha em quadrinhos voltada para os presos, com a linguagem, as gírias deles, e as situações típicas da cadeia: visita íntima, visita de prostitutas, sexo com os travestis ou entre homens (os presídios geralmente tem uma ala só para travestis e homossexuais), compartilhamento de prestobarbas e giletes, etc. O mais legal é que um dos presos, um rapazinho novo, desenhava muito bem e nós dividimos os desenhos da cartilha. Ele fez uma parte e eu outra. A grana que eu ganhei com esse trabalho, dividi com ele também.
Depositei metade na conta da família dele, pois lá dentro não entra grana. Lá dim-dim é cigarro, que eu levei um monte de pacotes pra eles de presente. Lá dentro, por ironia, ainda encontrei o filho de um broder meu. Moleque novo, classe-média, sempre teve tudo na vida. Viciado em crack, virou assaltante, trocou tiro com a policia, foi baleado, sobreviveu e foi em cana. A famosa “Juventude perdida”!…
Sabe o que aconteceu com esse desenhista?
Não. Nunca mais vi o rapaz, mas acho que a essa altura ele já cumpriu a pena dele. Faz muito tempo que eu não vou pra Santo André. Na cadeia eu só fiz essa cartilha, mas fiz zilhões de outras em que precisei visitar hospitais, favelas, mutirões habitacionais, cortiços, fabricas, etc, para conhecer os lugares e fazer os desenhos e cenários. Rotina de cartunista e essa mesmo. Como diria o Miltão: “Todo artista tem que ir aonde o povo esta!”.
Recentemente você teve dois livros publicados pela extinta Opera Graphica, Vale-Tudo, uma coletânea de seus antigos trabalhos e Roko-Loko e Adrina-Lina — Born To Be WildFala um pouco desses trabalhos
Eu lancei SEIS livros pela Ópera Graphica! Três do Roko-Loko, um do Tattoo Zinho, Humortífero e agora o Vale-Tudo. Todos são coletâneas de séries minhas ou de algum período da minha carreira. O Roko-Loko completou agora em janeiro, 13 anos de publicação na revista Rock Brigade, virou também camiseta, vídeo-game, DVD e dois bonecos bacanas. Agora em 2009 vou lançar o quarto livro dele ‚“HEY HO, LETS GO!”.O Sidney Gusman está fazendo um dos prefácios. Vou lançá-lo no fim do ano junto com a segunda edição do Prêmio Bigorna.
Já o Vale-Tudo é pra fazer as pazes com minha adolescência revoltada. Acho que tem muita gente que conhece meus personagens atuais e que nem imagina as HQs que eu fiz no começo da carreira, bem turbulentas, querendo socar o mundo inteiro. Eu era muito inconformado com o mundo e com a vida. Essa HQs definiram a ideologia e a forma do trabalho que eu faço hoje. E são muito legais, críticas, fortes e atemporais. Toda a personalidade do Baraldão já está lá!
Há também a novidade do seu selo chamado Grrr..! (Gibi Raivoso, Radical e Revolucionário) Porque um selo? Ele irá publicar só Márcio Baraldi?
Eu só criei o selo “GRRR!…” porque a Ópera fechou. O meu livro, um Fantasma e um Príncipe Valente foram os últimos lançamentos deles. A saideira. Depois de dez anos de incalculáveis serviços para o Quadrinho Nacional e mundial, o Franco [da Rosa] e o Carlos [Mann] decidiram encerrar o expediente. Agora eles vão se dedicar apenas as revistas comerciais para terceiros. Eu vou continuar produzindo meus livros pela empresa do Carlos, a Mercado Editorial, mas agora os livros levarão meu próprio selo. O “GRRR!…” vai servir só para isso, não vai ser uma editora comercial nem vou publicar mais ninguém. E apenas o próprio selo do Baraldao para lançar seus próprios livros.
O que podemos esperar para 2009, além do próximo Roko Loko?
Espero, no meu humilde otimismo, que o Obama suspenda o vergonhoso embargo a Cuba e faça Israel tirar as patas sujas e covardes da Palestina. Espero que o Bush contraia mal de Azheimer como o Reagan e passe o resto da vida babando e cagando nas calças. Espero que as pessoas parem de dar dinheiro para essas igrejas picaretas e gastem esse dim-dim investindo mais na própria educação. Espero que os idiotas que gastaram bilhões construindo bombas e mísseis, morram todos, e seus substitutos passem a investir essa grana na cura da Aids, do câncer e da hepatite C. Espero que a ONU deixe de ser uma cambada de bonecos inúteis e finalmente ajudem a África a sair dessa miséria e fome seculares. E sobretudo, espero que a população brasileira não seja mal-agradecida com o Lula e o ótimo governo que o PT está fazendo e jamais eleja o PSDB ou tranqueira similar novamente como fizeram na cidade de São Paulo.
Você mencionou o Troféu Bigorna, idealizado por você e pelo Eloyr Pacheco (editor do site Bigorna.net). Porque criar mais essa premiação no Brasil? Houve críticas dizendo que o troféu funciona como um prêmio de consolação aos ganhadores.
Eu também ouvi/li alguns idiotas sem competência para bosta nenhuma falarem que o prêmio foi concedido para autores “coitados”, mas veja bem, isso é uma democracia e cada um pensa e fala o que quiser e o que tiver inteligência para dizer. Esses inúteis que tanto xingam e reclamam não chegaram a lugar nenhum! Nem nunca chegarão. Com base num tesão pela HQ nacional, convenci meu chefe Eloyr a lançarmos o Prêmio Bigorna. Desenhei a figura do prêmio (o Homem-Bigorna), procurei uma metalúrgica, fizemos a forma, fundimos o prêmio em bronze e paguei tudo do meu bolso. Não temos patrocínio nenhum. Para mim é uma honra premiar gênios como Colonnese, Cláudio Seto e Rodolfo Zalla, e artistas sensíveis e corajosos como Latuf, Henrique Magalhães e Luiz Augusto, entre outros. São artistas maravilhosos, que têm uma longa folha de serviços prestados ao quadrinho nacional e ainda não tinham sido devidamente premiados. Dois prêmios era pouco. O cenário da HQ nacional cresceu muito nos últimos dez anos! Hoje são dezenas de artistas maravilhosos estabelecidos no mercado internacional, desenhando para editoras americanas. Artistas nacionais já estão ganhando prêmios internacionais importantes como os gêmeos Gabriel e Fábio, por exemplo. Todo dia aparece um rapazinho novo fazendo uma revista independente muito bem feitinha, graças a popularização dos PC’s.
Então o Prêmio Bigorna veio para somar, para encorpar ainda mais esse exército nessa batalha do reconhecimento da HQ Nacional. Só que é um prêmio com personalidade própria. Eu não vou fazer um prêmio para copiar outros prêmios. Temos nossos próprios critérios, nossa própria visão do mercado e nossa própria maneira de fazer as coisas. Não vamos premiar as mesmíssimas pessoas que os outros prêmios estão condecorando senão vai ficar tudo igual e aí um terceiro prêmio não acrescentaria nada. O Bigorna é diferente e todo mundo adorou, já na primeira edição.

A banda Ecos Falsos nas mãos do Márcio Baraldi
Como você vê o mercado de quadrinhos no Brasil?
Aqui em São Paulo a cena está muito boa, com todo mundo produzindo boas obras, a milhão, um lançamento atrás do outro. Livrarias como a Comix e a HQ Mix estão dando espaço direto para a galera fazer lançamentos e muito auê! Têm três programas de TV que cobrem tudo e deram um gás poderoso pra cena. Aumentou bastante o numero de sites e blogs que também cobrem tudo, entrevistam todo mundo e dão um show de profissionalismo, tratando os autores do Oiapoque ao Chui com muito respeito e consideração. Agora são três prêmios importantes para valorizar ainda mais os autores brasileiros.
Todo autor tem um blog onde expõe seu trabalho e troca ideia com outros autores. A internet virou uma grande galeria de arte virtual. A MAD está numa nova fase maravilhosa, totalmente reciclada e muito mais variada, dando espaço para muitos cartunistas criativos. O Quarto Mundo foi uma ideia muito bacana dessa moçada e é um grande exemplo de união e profissionalismo pra todo mundo. Os cartunistas novinhos e os mestres veteranos estão sempre juntos, numa verdadeira confraternização de gerações. É uma nova realidade, a cena tem muito mais infraestrutura do que a dez anos atrás, então todo mundo está animado e fica estimulado a produzir cada vez mais e melhor. É um caminho sem volta!
Esse negócio de dizer que as grandes editoras não investem no quadrinho nacional eu acho que já era, porquê nunca rolou e acho que nem vai rolar. Daqui pra frente a tendência são as publicações impressas irem escasseando e todo mundo migrar pra internet, pro digital. Muitas revistas que eu colaborava viraram sites ou revistas digitais. Mesmo na Europa os álbuns de quadrinhos lá não devem ter tiragens extraordinárias, devem ser tiragens modestas. Nos EUA também, não existe mais esse negócio de um gibi vender 500 mil copias. São todas tiragens modestas e a Marvel e a DC fazem os gibis com uma estética cada vez mais próxima dos filmes, desenhos parecendo fotos, personagens com jeito de atores num filme, linguagem de cinema, nem parece mais um gibi, parece mais uma fotonovela. Os gibis lá hoje são pra “prender” a atenção do leitor entre um filme e outro. Enquanto não sai o novo filme o leitor vai vendo um “filme” no gibi, sacou? Aqueles gibis da Silver e Bronze Age, que eu cresci lendo, com jeito e fórmula de gibis mesmo, não existem mais. Com a revolução nos efeitos especiais e o barateamento da tecnologia, o futuro são os filmes, as animações e a internet.
Prêmios de Marcio Baraldi
PRÊMIO EM 2011
Em fevereiro de 2011 Baraldão recebeu o 11º Prêmio Angelo Agostini de sua vitoriosa carreira, como melhor cartunista de 2010.
O premio Angelo Agostini é a premiação de Quadrinhos e Cartuns mais antiga e tradicional do Brasil.O prêmio foi criado pela AQC, Associação dos Quadrinhistas e Cartunistas, em 1984 para comemorar o dia 30 de janeiro ,data que é considerada o Dia do Quadrinho Nacional.
Pois foi nesta data, no ano de 1869, que o cartunista e jornalista Angelo Agostini, italiano radicado no Brasil, publicou aquela que é considerada a primeira História em Quadrinhos brasileira.
O prêmio serve também para contemplar os profissionais da categoria que mais se destacaram durante o ano.
Este é o único prêmio do gênero no Brasil em que a votação é aberta, ou seja, é a própria categoria e fãs de quadrinhos que decidem quem são os preferidos do ano.
“Pra mim é uma honra não apenas exibir os troféus na estante, mas saber que a foi a própria categoria e fãs que me deram estes prêmios, votando em mim. Isso é antes de tudo, um reconhecimento por esses mais de 20 anos de carreira árdua, cheia de sacrifícios, mas também de muita produção,criando sem parar charges, cartuns, tiras e, claro, muitos quadrinhos com personagens que o público se identifica como o Rap Dez, o Roko-Loko e Adrina-Lina, os passarinhos Vapt e Vupt, Tattoo Zinho, Euriko, entre outros.” diz Baraldi.
PRÊMIO EM 2010
Em fevereiro de 2010, Baraldão ganhou mais um Prêmio Angelo Agostini na
categoria melhor lancamento de 2009 com o livro “Roko-loko:Hey Ho Let’s Go!”
e a super festa que deu no bar Blackmore ,em São Paulo, para lancar o livro!
É o décimo Agostini que o cartunista mais agitado e um dos mais produtivos do
Brasil fatura!
Angelo Agostini existe desde 1984 e é o primeiro prêmio de Quadrinhos do Brasil, o mais antigo e tradicional, que deu origem aos demais! É o unico prêmio 100% votado pela própria categoria dos quadrinhistas, desde seu inicio.
A voz do Agostini é a voz dos quadrinhistas!!!
PRÊMIO EM 2009
Em fevereiro de 2009 Baraldão faturou o troféu Angelo Agostini como “melhor cartunista de 2008”.Criado pela AQC (Associação dos Quadrinhistas e Cartunistas) ha 25 anos,o Angelo Agostini e o mais antigo e tradicional premio para quadrinhistas do Brasil e já contemplou todos os maiores nomes do quadrinho brasileiro,como Mauricio de Souza, Ziraldo,Eugenio Colonnese, Rodolfo Zalla ,entre outros.Este foi o nono premio consecutivo que Baraldi faturou.
PRÊMIOS EM 2007
Baraldi recebeu em 16/2/2008 mais um Prêmio Ângelo Agostini, como melhor cartunista de 2007. Baraldi foi eleito graças ao seu desempenho hiper-ativo e alta produtividade no ano de 2007. Este foi o oitavo Agostini consecutivo que o cartunista ganhou.
Após o disco de ouro, Baraldi continuou negociando com revistas de video-games e encartou o game do Roko-Loko em mais de uma dezena de revistas, junto com matérias, entrevistas e material promocional.Tudo para divulgar ao máximo seu game, multiplicar sua tiragem e alcançar o maior público possível. O resultado foi que em outubro de 2007 o game atingiu a marca de 400 mil cópias vendidas e Baraldi e a mesma equipe anterior receberam um disco triplo de platina. Mais um feito inédito para um cartunista no Brasil.
No dia 22/8/2007 Baraldão recebeu o “Prêmio GRC Music”, destinado a profissionais que se destacaram no mercado da música nacional independente.
Baraldi desenha para sete revistas de rock brasileiras como Rock Brigade, Roadie Crew, Dynamite, Comando Rock, entre outras, onde há doze anos vem produzindo cartuns e HQs com centenas de músicos e bandas independentes brasileiras. Com isso Baraldi criou um novo canal para essas bandas aparecerem: os seus famosos “Rockartuns”.
PRÊMIOS EM 2006
Em outubro de 2006, Baraldão, o magnata dos cartuns, recebeu junto com Sidney Guerra e Richard Aguiar, produtores do game “Roko-Loko no castelo do Ratozinger” e mais a banda Exxotica, um disco de ouro pela venda de 54 mil cópias do game. O game foi encartado num CD-Rom na revista “MP3Magazine”, junto com entrevistas, fotos e vários clipes do Exxotica, além do CD completo “Capítulo II” da banda.
Baraldão faturou dia 10/02/2007 mais um prêmio Angelo Agostini, desta vez como “Melhor cartunista de 2006”. O prêmio existe há 23 anos e é o mais antigo e tradicional do Brasil, um verdadeiro “Oscar” dos quadrinhos brasileiros.
O prêmio é concedido através da votação direta e democrática de desenhistas, roteiristas, editores, fanzineiros, colecionadores e outros envolvidos no mercado de quadrinhos, que elegem os profissionais que mais se destacaram no ano.
Este já é o quinto ano consecutivo que Baraldi fatura o prêmio e o sétimo de sua carreira, já que em 2003 e 2004 faturou dois de uma só vez, como “Melhor cartunista” e “Melhor lançamento”.
Em fevereiro de 2006 Baraldi ganhou mais um Prêmio Angelo Agostini pelo Livro “Tattoo Zinho”, considerado o melhor lançamento de 2005. Foi o terceiro livro consecutivo de Baraldi que faturou o prêmio e o sexto da carreira do cartunista.
PRÊMIOS EM 2004
O cartunista Marcio Baraldi repetiu a proeza do ano passado e ganhou dois prêmios Ângelo Agostini como “melhor cartunista de 2004” e “melhor lançamento de 2004” pelo livro “Roko-Loko e Adrina-Lina
atacam novamente!”, das editoras Opera Graphica e Rock Brigade.
O prêmio é realizado anualmente pela AQC, Associação dos
Quadrinhistas e Cartunistas, e é conquistado através de votação direta entre mais de duas centenas de profissionais ligados à área dos quadrinhos: desenhistas, escritores, editores, fanzineiros, colecionadores, etc, em todo o Brasil.
Baraldi concorreu com dezenas de outros artistas e lançamentos e
faturou o prêmio nas duas categorias.
Além dos outros dois prêmios que recebeu no ano passado, Baraldi
também foi contemplado com um Ângelo Agostini em 2003, perfazendo três anos consecutivos no pódium. “Sou tri-campeão dos cartuns (rs)!” diverte-se o cartunista.
Com mais de 20 anos de existência, o prêmio Ângelo Agostini é o
mais antigo e tradicional do gênero no Brasil, já tendo contemplado artistas históricos como Henfil, Mauricio de Souza, Ziraldo, Laerte, Rodolfo Zalla, Eugênio Collonese, Alvaro de Moya, e muitos outros mestres da HQ nacional.
A cerimônia de entrega dos prêmios foi dia 26/02/2005, no auditório do Senac Lapa: Rua Scipião,67 – Lapa, São Paulo e contou com a presença de várias personalidades e artistas dos quadrinhos como Luis Gê, Paulo Caruso, Minami Keizi, Mastrotti, Gabriel Moon e Fabio Bá (os gêmeos), Roberto Guedes, Edgard Guimaraes, Eloyr Pacheco (Brainstore), revista Mosh, e muitos outros. (março/2005)
O cartunista Marcio Baraldi recebeu em outubro, uma menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. Um dos mais importantes da imprensa brasileira, o Prêmio Herzog é conferido pela OAB, Comissão de Justiça e Paz, Sindicato dos Jornalistas e outras entidades civis à trabalhos jornalísticos que se destacaram na defesa dos Direitos Humanos no país e no mundo. Baraldi, que construiu uma carreira predominantemente voltada para a imprensa sindical e de esquerda, recebeu a premiação pelo conjunto de sua obra de forte engajamento político-social. Vale lembrar que Baraldi já havia recebido outro Herzog em 2002.
PRÊMIOS EM 2003
O cartunista Marcio Baraldi, recebeu dois prêmios Ângelo Agostini de uma só vez. O primeiro como “Melhor cartunista de 2003 “e o segundo pelo “Melhor Lançamento de 2003” para o livro Roko-Loko e Adrina –Lina, das editoras Rock Brigade e Opera Graphica.
O premio, conferido pela AQC-Associaçao dos Quadrinhistas e Caricaturistas , leva o nome do primeiro qudrinhista brasileiro e um dos pioneiros dessa arte no mundo, Angelo Agostini. Os premiados são eleitos por votação democrática feita por profissionais do cartum, editores, mídia especializada, etc.
PERSONAGENS DE MARCIO BARALDI

ROKO-LOKO E ADRINA-LINA
ROKO-LOCO E ADRINA-LINA
Os personagens mais Rock’n’Roll dos quadrinhos! Esse casalzinho da pesada faz o maior sucesso entre a roqueirada brasileira. Criados em janeiro de 1996 estrearam no mês seguinte na revista Rock Brigade, a mais antiga, tradicional e famosa magazine roqueira da América Latina e uma das mais conceituadas do mundo!
Roko-Loko e Adrina-Lina são uma criação totalmente original e nova: em todas suas HQs eles contracenam com uma banda de verdade e aprontam toda a sorte de confusões possíveis e imagináveis. Suas histórias são repletas de ação e trapalhadas, tudo num ritmo 100% Rock’n’Roll! Baraldi cria suas HQs como se estivesse fazendo um frenético solo de guitarra.
Os personagens já estrelaram três livros de quadrinhos, um videogame para PC e um boneco, além de camisetas muito legais!
TATTOO ZINHO

TATTOO ZINHO
O primeiríssimo personagem tatuador dos quadrinhos!!!! Responda rápido: você já viu outro personagem regular nas HQs que é tatuador? Pois é! Coube ao Baraldão inventar este personagem 100% original e criativo.
Tattoo Zinho foi criado em 1996 e desde então é publicado ininterruptamente todo mês na revista Metalhead Tattoo, a primeira publicação de tatuagem do Brasil!
Zinho é um tatu tatuador e divide um estúdio de tatuagem com seu sócio Podrão, versão-cartum do tatuador Maurão, (estúdio Crazy Tattoo) em São Caetano (SP), também guitarrista da banda “punk/oi” Garotos Podres.
Pelo seu estúdio passam os tipos mais variados: patricinhas, executivos, surfistas, roqueiros, malucos em geral e até personagens de quadrinhos e filmes, como Wolverine, Popeye e até o asqueroso Alien, gerando as situações mais hilárias e absurdas!
Tattoo Zinho faz grande sucesso também entre a categoria dos tatuadores do Brasil, sendo considerado um personagem símbolo da categoria profissional e recebendo o aval de tatuadores e piercing-masters consagrados como Cláudia Zuba, Osmar, George, Zero e Tita, entre outros.
SABUJO VINGADOR

SABUJO VINGADOR
O pobre Sultão era apenas um cão sarnento, órfão e sem teto, jogado nas ruas sem ninguém. Capturado pela carrocinha, é levado para um laboratório químico onde é usado como cobaia ao lado de vários outros animais aprisionados.
Após sofrer todo tipo de atrocidades em nome da ciência, Sultão, numa derradeira noite, injeta em si próprio genes de todas as cobaias do laboratório: pássaros, peixes, cavalos, coelhos, bovinos, etc. A partir de então, sofre violenta transformação e adquire os poderes de todos os animais do laboratório: a força do touro, a rapidez do coelho, o poder de voar dos pássaros, etc.
Imediatamente Sultão liberta todos os animais escravizados e faz um juramento sobre o crânio de seu pai, um descendente distante do famoso cachorro Capeto, heróico mascote do super-herói Fantasma. Sultão assume a identidade de Sabujo Vingador e jura defender todos os animais do mundo até o fim de sua vida.
Suas histórias são repletas de ecologia, filosofia, política, religião e ao mesmo tempo transbordam ação, emoção e pancadaria!
Um personagem diferente de tudo que você já viu! Sabujo é uma espécie de “Messias Canino”, pois apesar de se sacrificar pela raça humana, é sempre traído e maltratado por ela. Enfim, um cão que é mais humano que os humanos!
Criado em 1993, estreou em junho de 1996 na revista Dynamite, onde foram publicadas todas suas maravilhosas HQs, que estão desde então, disponíveis no site www.dynamite.com.br.
VAPT E VUPT

VAPT E VUPT
Os passarinhos Vapt e Vupt foram criados em 1995 e estrearam no mesmo ano na revista infantil ecumênica Alô Mundo, onde ficaram por alguns anos, até o fechamento da revista. De lá foram para a Visão Espírita, primeira revista espírita popular do Brasil, onde ficaram por mais alguns anos também até o fechamento desta. Depois passaram rapidamente pela Além da Vida, Sem Fronteiras e Viração e desde 2005 são publicados todo mês na Espiritismo e Ciência. Além disso, também saem em vários jornais como Sindiquim e Estação Notícia, entre outros.
Suas tiras são repletas de assuntos políticos, ecológicos e espiritualistas. Vapt e Vupt adoram fazer perguntinhas sócio-políticas impertinentes, destas que não querem calar nunca! Como são pássaros e não humanos, eles não entendem os porquês de tantos absurdos na sociedade dos homens.
EURILO E RITALINDA
Criados em 1991 para o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Euriko e Ritalinda são o casalzinho mais politizado dos quadrinhos nacionais. Publicados ininterruptamente há 16 anos no jornal Folha Bancária e em todos os materiais de comunicação visual do Sindicato, como cartazes, adesivos, cartilhas em quadrinhos, bottons, camisetas, out-doors e o que mais você puder imaginar.
Em suas histórias e charges, Euriko e Ritalinda discutem política e conjuntura, sempre do ponto de vista humanista e progressista, e sempre com muito humor crítico e inteligente. É o verdadeiro “cartum social mundial” do Baraldi!
ALAÔR KAHOLIC

ALAÔR KAHOLIC
Alaôr Kaholic, o workaholic, é exatamente isso que seu nome diz: um viciado total em trabalho que só pensa em labutar 24 horas por dia! Qualquer semelhança com seu criador NÃO é mera coincidência!…
Alaôr é o típico workaholic que faz trinta coisas ao mesmo tempo e leva seu lap-top até no banheiro. O personagem foi criado em 2001 para o “Livro da Preguiça” (veja seção de livros no lojão) e rapidamente ganhou vida independente passando a estrelar tiras e HQs nas revistas “Viva Melhor” (editora Escala) e “T e D”, para executivos de empresas.
Alaôr é uma visão bem-humorada de um tipo urbano muito comum nos dias de hoje. Você com certeza conhece um Alaôr por aí, se é que você mesmo não é um!
RAP DEZ

RAP DEZ
Rap dez é o primeiro personagem rapper dos quadrinhos. Diga aí, você conhece algum outro? Mais uma vez Baraldi saiu na frente e criou um personagem inédito e original, para representar a galera da cultura Rap e Hip-Hop. Rap Dez é um trocadilho com um Rap “DEZ”, de nota dez, ou ótimo, e também com “rapidez”, pois os rappers falam e declamam seus versos muito rapidamente. E Rap Dez não foge a tradição dos grandes rappers da vida real: é um rapazinho negro, morador da periferia, dançarino de break, grafiteiro e rapper dos bons!
Num lance totalmente inédito, suas histórias são inteiramente narradas em versos e rimas, numa linguagem 100% rapper! Suas HQs, como não podiam deixar de ser, são politizadas até a medula e falam de todos os assuntos que interessam pra moçada: política, sexualidade, Aids, ecologia, manipulação da mídia, modismos baratos, violência, reforma agrária, etc, mas sempre com muito colorido, bom humor e muita atitude e discurso jovem.
Publicado há cinco anos ininterruptos na revista Viração, a mais interessante, consistente e crítica revista para jovens surgida nos últimos anos, Rap Dez traz ainda mais uma novidade aos quadrinhos: muitas de suas histórias são escritas pelos próprios leitores adolescentes da revista! A galerinha manda a idéia e os versos da história e Baraldi dá um trato no texto e quadrinhiza o roteiro, colocando o crédito do autor dele. Uma verdadeira parceria entre um quadrinhista e os leitores, totalmente inédita no Brasil!
ÉRICA A ESOTÉRICA

ÉRICA A ESOTÉRICA
Publicada desde 2003 na revista “Esotérica” (editora Onde), Érica, a esotérica, é aquela típica mulher da Nova Era: natureba, apaixonada por astrologia, cristais, pirâmides e terapias alternativas. De altíssimo astral, Érica atrai e distribui energias positivas por onde passa. Conversa com bons espíritos e espanta os negativos.
Suas histórias são lotadas de viagens astrais, meditações, contatos mediúnicos, e claro, muito bom humor para limpar a aura energética de qualquer um! Mais uma personagem muito alegre, dinâmica e criativa, características típicas do trabalho do Baraldão!
MALUCO E BELEZA

MALUCO E BELEZA
A dupla mais pamonha dos quadrinhos! Na esteira do sucesso do Roko-Loko, Baraldi criou estes dois roqueiros “bem bagaceiros” da periferia. Paupérrimos, falando uma gíria bem malaca, Maluco e Beleza não têm grana pra nada e vivem arrumando confusões ao tentar entrar de graça nos shows de rock ou comerem em bares sem pagar. Um retrato escrachado mas fiel da juventude dos subúrbios e periferias do Brasil.
Maluco e Beleza foram criados em 1998, estrearam na revista “Dynamite” em 2002, mas imediatamente pularam para a revista “Hard Rock Valhalla”, onde então fixaram residência.
GUERRILHEIRO DA GUITARRA

GUERRILHEIRO DA GUITARRA
Criado em 2004, o Guerrilheiro da Guitarra é publicado todo mês na revista “Comando Rock”. O personagem, como o próprio nome diz, é um roqueiro-guerriheiro, que leva sempre uma guitarra à tiracolo e não se separa de um detonador de explosivos com o qual explode tudo que não presta no Brasil e no mundo: corrupção, injustiças, modismos, programas de TV alienantes, agressores da natureza, e sobretudo, a grande mídia e seu desrespeito com a cultura brasileira.
É o inimigo número um do terrível “Império do Jabá” e da “GMR” (Grande Mídia Reacionária)!
Suas histórias são calcadas na crítica aos grandes meios de comunicação, a defesa do meio ambiente e nas mais variadas injustiças sociais. Enfim um personagem altamente politizado, crítico, contemporâneo e principalmente… muito EXPLOSIVO!!!
ULTRAVESTI

ULTRAVESTI
O incrível super-herói travesti!!! O mais HOMOcionante personagem das HQs!
Tudo começou numa bizarra noite numa metrópole brasileira: a frágil travesti Marylin Shirley, (nascida Joílson da Silva), fazia seu trottoir diário nas ruas quando foi abordada por um misterioso ancião de longas barbas brancas. Contratada para fazer um programa, Marylin segue o misterioso vovô pelos túneis de uma estação de metrô abandonada. Ao fazer um boquete caprichado no ancião, este revela que é na verdade um espírito incubido de encontrar uma travesti digna e nobre o suficiente para receber os poderes de 5 deuses e heróis greco-romanos:
1-BACO: que lhe confere o poder do tesão e a força das multidões luxuriantes.
2-ÍCARO: que lhe confere o poder de voar.
3-CIRCE: a feiticeira-sereia, que lhe concede o poder de respirar sob as águas e hipnotizar os homens com seu canto.
4-HERMES: que lhe concede a velocidade dos ventos.
5-AFRODITE: que lhe concede o poder do amor e dos dois sexos num só (hermafroditismo).
A partir de então, ao pronunciar a palavra “BICHA”, formada pelas iniciais de cada deus, Marylin se transforma no poderoso Ultravesti, defensor das minorias e inimigo número 1 do preconceito!
Sua origem é uma paródia-homenagem ao Capitão Marvel, um dos personagens preferidos do Baraldi desde sua infância.
Criado em 1997, o personagem apareceu pela primeira vez na revista “OK Magazine” e logo migrou para revista “Dynamite” onde ganhou super-aventuras longas e coloridas!
MIX MOUSE

MIX MOUSE
Mix Mouse é o primeiríssimo personagem DJ dos quadrinhos!!! Mais uma vez Baraldão saiu na frente e criou um personagem com um perfil inédito! Mix é um DJ atrapalhado que em todas suas tiras se encontra com um DJ de verdade (sobretudo da cena brasileira) ou algum artista dance/techno (inter)nacional.É quase uma versão techno do Roko-Loko, porém suas piadas são mais curtas e quase sempre ambientadas em clubes noturnos, raves, festas e afins.
Criado em 1997, o personagem foi publicado na revista “DJ Sound” de 1997 a 2002, onde contracenou com DJs conceituados como Mau-Mau, Luis Paretto, Iraí Campos, Mark Marky, Mauro Borges, etc, e artistas como Acqua, Gabriel o pensador, entre outros.
Assim como em Roko-Loko, com Mix Mouse, Baraldi criou uma interação original entre um personagem de quadrinhos e artistas de verdade! Mix fez sucesso entre a galera clubber e Baraldi vivia recebendo pedidos de DJs para aparecerem nas tiras. Atualmente o personagem está de férias, descansando na gaveta.
TURMA DOS QUÍMICOS

TURMA DOS QUÍMICOS
Estes foram os primeiríssimos personagens profissionais criados pelo Baraldi, ainda na adolescência! Concebidos em 1983 para o Sindicato dos Químicos do ABC, Zé Ácido, Maria Vitamina e Caveirinha, formam a “Turma dos Químicos”, que são publicados religiosamente desde 1983 no jornal e na revista Sindiquim, além de cartazes, adesivos, gibis didáticos, camisetas, bottons, e outros materiais de comunicação do Sindicato.
Ze Ácido e Maria Vitamina representam os trabalhadores típicos da categoria química nacional e do operariado brasileiro em geral. Já o Caveirinha é um operário que foi vítima da insalubridade e se transformou numa caveira, virando símbolo do combate aos acidentes de trabalho nas empresas.
Juntos eles vivenciam todas as situações possíveis no interior de uma fábrica, além de discutirem política, conjuntura, meio-ambiente, direitos trabalhistas e muito mais. Tudo com muito humor, lógico!
Já estrelaram dois livros: “A fórmula do Riso” e “Cidadania: Eu quero uma pra viver!”, ambos esgotados
fontes:
http://www.marciobaraldi.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rcio_Baraldi
http://www.guiadosquadrinhos.com/artistabio.aspx?cod_art=2269